Sociedade violentada

Nossa história é cheia de períodos de crises, guerras, dificuldades que talvez sejam impulsionadoras do desenvolvimento e dos saltos de qualidade.

Não vivi guerras armadas, mas sei que crises são ultrapassadas com muito trabalho e superação. As dificuldades precisam ser analisadas na origem para que proposições e caminhos sejam visualizados. Porém, atualmente, é preciso registrar que nosso fardo está muito pesado. Não há criatividade que ajude, nem otimismo que anime. Não vemos luz no horizonte.

São homens e mulheres que já não sabem em que e em quem acreditar. Crise ética, moral, econômica, social. Estamos sendo violentados não só pela violência urbana, armada e dissipada por todos os lugares e modos. Somos violados nos nossos direitos, sem que tenhamos há quem reclamar.

Vivemos a era dos deveres secundarizados, do regramento social sem parâmetros. Tudo pode para quem não se importa com o outro. Nada pode para quem acredita em uma sociedade mais humana e solidária.

Adolescentes estão sendo monstruosamente assassinados. Trabalhadoras perseguidas e maltratadas até a morte com requintes de crueldade. Bandidos agem com ousadia e provocação às instituições. Que mundo é este? O que dizer às crianças? Como este momento ficará registrado nos livros e bancos escolares? De onde tirar forças para encarar o período e conseguir passar para outra etapa?

Sempre acho respostas na Educação. É nela e por ela que conseguiremos mostrar para a sociedade que precisamos de direitos mais humanos, de equidade social, de consciência da parte que cada indivíduo é responsável.

Precisamos fazer diferente, só assim o resultado também será diferente. Merecemos uma sociedade melhor! Podemos ter uma melhor convivência. Precisamos do outro para nos configurarmos como humanos, por que perdemos esta humanidade? É chegada a hora de buscarmos juntos alternativas que nos encaminhem para um futuro mais promissor, e isto faremos e teremos quando começarmos a nos escutar mais, quando voltarmos a ver pessoas, necessidade e possibilidades.

É preciso olhar para o outro e reconhecer minhas falhas e o que posso e devo mudar para ter este tal mundo melhor!

Cleiton Freitas – vereador e delegado de Polícia - Foto Cris Haensel

 

Cleiton Freitas
vereador de Porto Alegre
e delegado de Polícia