O Jornalecão completa 35 anos

Veículo da Zona Sul é, atualmente, o mais antigo jornal de bairro em circulação em Porto Alegre

A partir do 10 de maio de 1987, quatro crianças de 9 e 11 anos de idade saíram pelas ruas do bairro Guarujá para vender um jornal artesanal feito por elas mesmas que tinha como objetivo conseguir recursos para arrumar um campinho na rua. O resultado, 35 anos depois, é o jornal de bairro em circulação mais antigo de Porto Alegre: O Jornalecão. Perceber que completamos 35 anos no mesmo ano em que Porto Alegre celebra seus 250 anos significa que participamos de 14% dessa história como testemunhas oculares das mudanças que todo esse tempo trouxe e acreditamos que nosso papel, embora pequeno, proporcionalmente falando, tem sido relevante. Olhar e poder conhecer a própria região e vizinhança, perceber contextos e situações diferentes que estão tão perto são experiências que O Jornalecão não tem a pretensão de entregar diretamente ao leitor, mas, com certeza, são coisas pelas quais trabalhamos para, pelo menos, facilitar. Existem muitas coisas boas sendo feitas por pessoas que estão próximas de nós e cujo incentivo terá o poder de multiplicar e fortalecer essas ações. É nisso que temos acreditado e nos orientado nesses 35 anos. Não é, necessariamente, o nosso olhar ou mesmo as nossas palavras que importam, é muito mais o que recebemos. Se não fossemos agradecidos e cuidadosos com o que recebemos do leitor, talvez nunca tivéssemos chegado aos 35 anos, mas a verdade é que o abraço da comunidade ao trabalho de O Jornalecão tem sido a corrente que nos trouxe até aqui, ancorados no mesmo propósito puro e infantil que deu origem ao jornal: ajudar as pessoas a ajudarem umas às outras. 

O Jornalecão não foi o primeiro nome dado pelas crianças ao jornal criado em 1987, era Diário da Oiampi. Depois, quando as crianças viram que a criação do jornal foi um sucesso e que os vizinhos e familiares apoiariam o lançamento de outras edições, a trabalho foi se profissionalizando aos poucos – um dos fundadores, inclusive, formou-se em jornalismo! – e o nome foi trocado porque, apesar de se reconhecer pequeno, já se sabia que aquele não era um jornaleco qualquer, era O Jornalecão, um grande jornal pequeno!