Imbróglio jurídico sobre alteração do Plano Diretor mantém indefinição sobre futuro da Fazenda do Arado

Apesar da aprovação do projeto de lei na Câmara Municipal de Porto Alegre, no final do ano passado, que altera o regime urbanístico na área da Fazenda do Arado (PLCE Nº 24/2021), no bairro Belém Novo, no Extremo Sul da capital, a discussão sobre o que poderá ou não ser feito na região ainda está longe de ter um desfecho. Isso porque o Ministério Público (MP), apesar de ainda aguardar a decisão do mérito na volta do recesso do Judiciário, já avisou, por meio de ação de quatro promotores da Promotoria de Habitação e Defesa da Ordem Urbanística e de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre, que levará a discussão para os tribunais superiores, alegando haver falta de estudos prévios de impacto e, até mesmo, que o estudo considerado  seria “falso, omisso e incompleto”, exigindo mais estudos antes de permitir o avanço do perímetro urbano na região.

A Prefeitura, por sua vez, defende o “fatiamento” do Plano Diretor, com o objetivo de alterar os índices urbanísticos e regras para a construção civil em áreas específicas da cidade, como forma de promover o planejamento urbano para um território específico, algo que não existe no ordenamento jurídico nacional, mas que acontece em outros países. No processo em andamento na Justiça, o Município alega que a lei não tem caráter licenciador, porque depende de trâmite em diferentes instâncias no próprio município e no Governo do Estado, uma vez que a aprovação do Estudo de Impacto Ambiental é de competência da Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental).

Uma coisa é certa: muita discussão ainda vai ocorrer antes de uma decisão definitiva.