A nossa história das árvores

Minha árvore preferida – Por Adília Cruz da Silveira

Na infância, lembro que havia muitas árvores do outro lado da rua em que ficava a minha casa, à beira do Guaíba. Nessa época, meus irmãos e eu gostávamos de ir lá para brincar em uma dessas árvores que ficava em uma parte mais alagadiça, tinha flores avermelhadas e era a nossa preferida. Sempre que ela floria, nós colhíamos suas flores, pois achávamos que pareciam pequenos patinhos, levávamos para casa e colocávamos em uma bacia de alumínio que nossa mãe usava para deixar as roupas de molho, e ali era o laguinho artificial das nossas flores patinho! Ficávamos horas brincando, até nossa mãe chegar e nos dar um sermão por termos tirado as roupas da bacia!

Hoje, esse lugar onde costumávamos brincar mudou bastante e transformou-se no Parque Guarujá Zeno Simon, contando com quadras de esportes, pistas de patinação e skate, quiosques com churrasqueiras, calçadão para caminhadas, academia ao ar lilvre, pracinha e brinquedos, mostrando que a vocação de ser um lugar de lazer permanece, mas, agora, com bem menos árvores. No entanto, a minha árvore preferida conseguiu resistir e continua lá! Se vocês quiserem visitar essa árvore, como eu ainda faço de vez em quando, eu estou falando da Corticeira-do-banhado, uma árvore grande, cheia de vida, cor e, para mim, recordações.


Corticeira-do-banhado

A corticeira-do-banhado é uma árvore comum na região do Pampa gaúcho e também de outras regiões do Brasil e países da América do Sul, sendo, inclusive, a flor nacional do Uruguai e da Argentina. Com floração bastante vistosa, a corticeira-do-banhado tem o nome científico Erytrhina crista-galli em razão das flores abertas, que têm coloração entre alaranjada e avermelhada, semelhante à crista de um galo, também conhecida popularmente como eritrina-crista-de-galo. Por possuir uma madeira muito leve, foi muito utilizada para fazer rolhas e calçados, entrando em risco de extinção.