Próximas semanas serão fundamentais no enfrentamento da pandemia para que a capital gaúcha consiga reduzir ao máximo o número de mortes e evitar o colapso no sistema de saúde
A pandemia do novo coronavírus tem se espalhado pelo planeta, com efeitos catastróficos no sistema de saúde em alguns países e, até o momento, dezenas de milhares de mortos e mais de 670 mil casos confirmados pelo mundo, com esses números crescendo rapidamente. Diante desse cenário, muitas autoridades e especialistas em saúde têm recomendado o isolamento social como forma de frear a rapidez com que o vírus vem se espalhando e não sobrecarregar ainda mais os sistemas de saúde. Por reduzir drasticamente as atividades econômicas, essa medida preocupa empresários e profissionais que veem no isolamento social um grande risco para manutenção de empresas e empregos, com muitas pessoas recusando-se a fazê-lo e até com manifestações favoráveis à imediata reabertura do comércio. Por enquanto, aguarda-se a apresentação de todas as medidas do Governo Federal, que está anunciando diversas alterações para tentar evitar uma prolongada crise econômica.
Porto Alegre e o coronavírus
Até o momento, já foram tomadas algumas medidas na área da saúde para tentar retardar a proliferação do vírus em Porto Alegre, como o isolamento social das pessoas e a proibição de porto-alegrenses maiores de 60 anos de sair de suas casas (exceto para atividades essenciais). Em 20 de março, por meio de decreto, a Prefeitura determinou o fechamento, por, pelo menos, 30 dias, da maior parte das empresas da cidade, mantendo apenas a autorização para que serviços essenciais permaneçam em atividade, porém com restrições e recomendações especiais no atendimento. Para evitar o colapso no sistema de saúde, a corrida contra o tempo é para aumentar o número de leitos para tratamento dos infectados que vierem a desenvolver a doença e necessitem de cuidados especiais, como a utilização de respirador (hoje, cerca de 570 leitos estão disponíveis na rede pública e particular da cidade). A estimativa atual da Secretaria Municipal de Saúde, recentemente anunciada pelo secretário Pablo Sturmer, é de que o pico do coronavírus em Porto Alegre deverá acontecer entre o final de abril e o início de maio, quando as temperaturas tendem a cair no sul do Brasil. O número de diagnósticos de Covid-19 no Rio Grande do Sul já ultrapassou 250 (antes mesmo do fim de março), de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde. Deste total, mais de 50% estão em Porto Alegre, assim como dois dos quatro óbitos registrados até o momento no Rio Grande do Sul. Mas já há pacientes com a doença em, pelo menos, 46 municípios gaúchos. As próximas semanas serão de apreensão e cuidados redobrados para evitar o contágio, com novas medidas sendo anunciadas diariamente pelas autoridades.